![]() Robert Todd Carroll
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paranormais (psíquicos)
Como adjetivo, psíquico se refere a forças ou agentes de natureza paranormal. Como substantivo, refere-se a um médium ou pessoa que possui poderes paranormais. James Randi, que já testou várias pessoas que pensam ter habilidades psíquicas, descobriu ao testar os poderes dos paranormais que (1) eles nunca tinham testado seus poderes antes sob condições controladas, e (2) aqueles que não ofereciam justificativas absurdas para seu insucesso pareciam genuinamente desconcertados por fracassarem. Muitas vezes os paranormais não são farsantes, acreditam realmente em seus poderes, mas nunca os testam de nenhuma forma válida. Randi oferece US$ 1.000.000 para qualquer pessoa que consiga demonstrar poderes psíquicos. Os Céticos Australianos se dispõem a acrescentar $ 100.000 para o paranormal e $20.000 para qualquer pessoa "que indique alguém que conclua com sucesso o Desafio dos Céticos Australianos." Acreditar na capacidade de uma pessoa de canalizar espíritos, "ouvir" ou "sentir" as vozes ou a presença dos mortos, "enxergar" o passado, o futuro, ou o que está na mente de outra pessoa, fazer contato com um plano de realidade que transcende as leis naturais é algo que ninguém pode fazer sem que ocorra uma contradição. Nenhum paranormal jamais nos alerta a respeito de desastres iminentes. Avisam-nos depois do ocorrido. Se realmente soubessem que um assassinato ou atentado a bomba estivesse prestes a acontecer, eles nos diriam. Os paranormais não predizem suas próprias mortes ou doenças. Vão ao dentista como o resto de nós. Ficam tão surpresos e incomodados como nós quanto têm que chamar um encanador ou eletricista para consertar alguma coisa em casa. Seus vôos atrasam sem que eles sejam capazes de se prevenir. Se querem saber algo sobre Abraham Lincoln, vão à biblioteca. Não tentam conversar com o espírito dele. Resumindo, os paranormais vivem de acordo com as leis conhecidas da natureza, exceto quanto estão fazendo o jogo do paranormal com as pessoas. Não ficam exageradamente preocupados com outros paranormais lendo suas mentes e revelando seus mais íntimos segredos para o mundo. Muitos dos verbetes listados abaixo apresentam argumentos para a improbabilidade de que exista um plano paranormal. Se é improvável que a paranormalidade seja real então é improvável que paranormais estejam em contato com esse plano. Por que então são igualmente tão populares entre jovens e velhos, estúpidos e inteligentes, ignorantes e sábios? Ouso dizer que a maioria acredita por achar que existam provas adequadas que confirmem tanto a existência da paranormalidade quanto os poderes de algumas pessoas de explorá-la. Neste artigo irei referir-me apenas à alegação de que existam boas provas dos poderes psíquicos. O tipo mais forte de indícios para os poderes psíquicos vem do ato de testemunhar um suposto paranormal atuar. Eles parecem saber coisas sobre nós e nossos falecidos entes queridos que ninguém além de nós mesmos saberia. Parecem ser capazes de nos dizer coisas sobre nós e nosso falecidos entes queridos que só nós saberíamos. Mas um exame cuidadoso do que eles dizem quando atuam revela que, embora existam coisas além do alcance da visão, elas nada têm a ver com paranormalidade. Têm a ver com leitura fria, efeito Forer, e um pouco de ilusão, auto-ilusão, ou ambas. O sucesso das numerosas farsas perpetradas por paranormais fraudulentos demonstra a dificuldade de se perceber o que há por trás da representação. O psicólogo Ray Hyman, que atuou como "paranormal" para ajudar a pagar a universidade, afirma que o método mais comum usado pelos paranormais é a "leitura fria" e oferece o seguinte Guia para Leitura Fria:
A lista vai mais além, mas isso já é o suficiente para que se tenha uma idéia. O que parece ser poder psíquico é pouco mais que um jogo de vinte perguntas, uma pescaria, em que a vítima fornece todos os detalhes relevantes, enquanto o "paranormal" parece estar recebendo mensagens do além. A ilusão pode ser ainda mais dramática que na leitura fria, é claro. Segundo Lamar Keene, um "paranormal regenerado", algumas pessoas recorrem ao aconselhamento psíquico de vários paranormais, que trocam informações a respeito de suas vítimas. Alguns deles fazem o que se chama de "leitura quente," ou seja, fizeram pesquisas sobre você e é por isso que sabem coisas que não deveriam saber. Argumenta-se que, se os poderes psíquicos existissem, usá-los seria "uma violação brutal e antiética da privacidade" e que "as profissões que envolvem o engano seriam inúteis" (Radford). Não haveria necessidade de agentes secretos ou espiões. Todo molestador de crianças seria identificado imediatamente. Nenhum agente duplo jamais conseguiria ter sucesso. Os paranormais seriam procuradíssimos para ocupar empregos muito bem pagos em bancos, no ramo dos negócios e no governo. "A maioria dos paranormais seria muito, muito rica...." (Radford) e já que os paranormais são essas pessoas tão altruístas, que abrem mão do seu tempo para ajudar os outros a falar com os mortos ou descobrir o que fazer em suas vidas, estariam ganhando loterias por toda parte e doando parte de seus ganhos para ajudar os necessitados. Não precisaríamos de julgamentos de acusados: os paranormais poderiam nos dizer que é culpado e quem não é. Naturalmente, o xis da questão é o se. Se os poderes psíquicos existissem, o mundo seria muito diferente. Os "paranormais" honestos com respeito à ilusão de que se utilizam chamam a si mesmos de mentalistas. Veja verbetes relacionados sobre crônica da Akasha, projeção astral, auras, Edgar Cayce, ESP, clariaudição, clarividência, leitura fria, percepção dermo-óptica, sonhos, funções humanas extraordinárias, efeito Forer, experiência Ganzfeld, mentalistas, Raymond Moody, início e fim opcionais, paranormalidade, parapsicologia, precognição, psi, insucesso por psi (psi-missing), fotografia psíquica, cirurgias mediúnicas, psicocinese, visão remota, retrocognição, falsificação retrospectiva, sessões (séance), shotgunning, Charles Tart, telepatia, e James Van Praagh. leitura adicional
Keene, M. Lamar. The Psychic Mafia [A Máfia Psíquica] (Prometheus, 1997). Radford, Benjamin. "Worlds in Collision - Applying Reality to the Paranormal,"[Mundos em Colisão - Aplicando a Realidade ao Paranormal] Skeptical Inquirer, Novembro/Dezembro de 2000. Randi, James. Flim-Flam! (Buffalo, New York: Prometheus Books,1982), especialmente o capítulo 13, "Put Up or Shut Up," onde faz relatos de testes executados com vários paranormais que tentaram ganhar os US$ 10.000 que Randi oferecia a qualquer um que demonstrasse um poder psíquico. Até agora ninguém ganhou, embora a oferta atualmente tenha ultrapassado US$ 1.000.000! |
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©copyright 1998 Robert Todd Carroll traduzido
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Última atualização: 2001-03-02 |