Gigante de Cardiff

Alegadamente os restos fossilizados de um gigante antediluviano de cerca de 3 metros de altura com um pé de 53 centimetros, mas na realidade foi esculpido um ano ou dois antes da sua "descoberta" em 1869. O falso fóssil foi ideia de George Hull, um fabricante de cigarros e ateu, e um seu conhecido Stubb Newell, que possuia a quinta em Cardiff, Nova Iorque, onde a burla foi perpetrada. Especialistas afirmaram de imediato que o "fóssil" não era um fóssil, mas isso, em vez de deter os visitantes à quinta (que cobrava 50 cêntimos a cada para ver o "Golias") vieram às centenas por dia para ver uma história biblica. Alguns afirmaram mesmo que o gigante era a prova da exactidão da Biblia acerca de gigantes como Golias.

Newell construiu uma tenda sobre o local e cobrava entradas. Após uma semana da sua descoberta vendeu três quartos do negócio a um grupo de Siracusa, Nova Iorque, por 30.000 dólares. O negócio era tão bom que P.T. Barnum se ofereceu para o alugar por três meses para o levar em digressão com o seu circo, mas Newell e o seu grupo recusou. Então Barnum fez um duplicado e cobrou para mostrar um falso do falso. Diz-se que quando foram expostos lado a lado em Nova Iorque o de Barnum batia o primeiro [Feder, p. 36]

Para quem planeia visitar Cooperstown, Nova Iorque, talvez queira perder uns momentos no Museu da Quinta onde o Gigante está exposto. Não garanto que não seja uma cópia da cópia do falso.

Kenneth Feder, no seu livro sobre mitos e fraudes em arqueologia, vê o episódio do Gigante como algo familiar:

Observadores treinados como cientistas profissionais viram o Gigante e afirmaram ser uma impossibilidade, uma estátua, uma fraude ou apenas uma tontice. Tais conclusões lógicas, racionais, objectivas e cientificas tiveram pouco impacto. Uma nota tinha sido tocada nos seus corações e mentes e nada os podia dissuadir de acreditar na verdade do Gigante. A sua aceitação da verdade do Gigante era baseada no seu desejo... de acreditar nele. [Feder, p. 37]

Amen. Vimos este padrão caso após caso. O que vemos é o desejo de acreditar no que cada um quer independentemente das evidências.


Links

Feder, Kenneth L. Frauds, Mysteries and Myths, ch. 3, (Mountain View, California: Mayfield Publishing Co., 1990).

recuarhome